chegou um novo livro. Chama-se Proibir! e relata as coisas que eram proibidas no tempo de antigamente.
De entre as coisas que já sabiamos, certos livros e certos filmes. Era também proibido casar com uma enfermeira ou uma professora. Era proibido andar de bicicleta sem licença e dar um beijo na boca.
Na contra capa pode ler-se o pequeno excerto:
"O beijo na boca era qualificado de acto exibicionista atentatório da moral. Levado para a esquadra, ou para o posto da GNR, o delinquente beijoqueiro era identificado, autuado em pelo menos de 57 escudos (um valor variável, em função de critérios que hoje nos escapam), e passava invarialmente pela cadeira do agente-barbeiro, de onde saía de cabeça rapada, máquina zero)
Tratava-se, afinal, de defender a moral castradora da ditadura e as leis e regulamentos multiplicavam-se, tentado enquadrar o que nao tinha enquadramento.
Ficou célebre a portaria nº69035 da Câmara Municipal de Lisboa, datada de 1953, que, dado verificar-se o "o aumento de actos atentatórios à moral e aos bons costumes, que dia a dia se têm vindo a verificar nos logradouros públicos e jardins e, em especial, nas zonas florestais de Motes Claros, Parque Silva Porto, Mata da Trafaria, Jardim Botânico, Tapada da Ajuda e outros", determinava à polícia e aos guardas florestais "uma permanente vigilência sobre as pessoas que procurem frondosas vegetações para a prática de actos que atentem contra a moral e os bons costumes".
E estabelecia que o artigo 48.º fosse desta forma cumprido:
"1.º - Mão na mão 2$50
2.º - Mão naquilo 15$00
3.º - Aquilo na mão 30$00
4.º - Aquilo naquilo 50$00
5.º - Aquilo atrás daquilo 100$00
6.º - Parágrafo único - Com a língua naquilo 150$00 de multa, preso e fotografado."
Assim é que o Socrates ia tirar o país da miséria lol